Inteligência Artificial: por que o mercado imobiliário está aderindo a essa tecnologia?

A Inteligência Artigicial (AI) tem força transformadora para trazer mais agilidade e assertividade no imobilário, desde o processo inicial de vendas

Uma das maiores inovações do século XXI, a Inteligência Artificial (AI) inseriu mudanças cruciais no mercado imobiliário e o avanço tecnológico foi sentido mais fortemente durante a pandemia. Para o professor Anderson da Silva Soares, do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA), o uso da AI é a nova fronteira do setor e não dá mais para viver em um novo mundo achando que tudo poderá ser como antes. “É preciso conhecer novas alternativas”, afirma Soares, que também é professor do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG). Confira a entrevista:

Para o professor Anderson Soares, do
Centro de Excelência em Inteligência
Artificial (CEIA), o uso da AI é a nova
fronteira do setor imobiliário

O que seria o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA), ligado à Universidade Federal de Goiás?

É uma iniciativa que visa desenvolver projetos de inovação para empresas que anseiam por produtos inovadores por meio da Inteligência Artificial (AI). O CEIA existe há 6 anos e, desde então, vem atuando com empresas dos mais variados segmentos como saúde, energia, logística e segurança, sempre na ótica de usar a AI para produtos inovadores.

Há algum trabalho da CEIA junto ao mercado imobiliário?

Ainda não, mas o contato com Thiago Abreu, CEO da ImobiGroup, seria o pontapé inicial para o início dos trabalhos da CEIA com o mercado imobiliário.

E qual seria o papel da AI para um mercado imobiliário mais dinâmico?

A AI depende muito de dados que estão mais disponíveis em negócios cuja transformação digital já está mais acelerada. Posso citar alguns mercados mais a frente, como, por exemplo, mídia, comunicação e marketing, pois são setores que já estão totalmente digitalizados. Outros setores, como o mercado imobiliário e o setor da construção civil, agronegócio e saúde estão no início do processo de transformação digital. Isso significa que temos etapas do processo que conseguimos fazer quase tudo de forma digital e com soluções digitais, no entanto, à medida que isso avança em um determinado setor, é onde a AI começa a fazer sentido e começa a ser um componente determinante no sucesso de negócios e produtos daquele setor.

Podemos afirmar então que o mercado imobiliário ainda está engatinhando no uso da AI?

Sim, é uma digitalização tardia, mas que começou a acontecer, principalmente quando se lida com o consumidor final.

No caso, você está se referindo a quem vai comprar o imóvel?

Me refiro à cadeia do imóvel, pois é relativamente grande. Posso citar como exemplo a compra de alguns materiais que estão relacionados à cadeia do imóvel. Lembro-me de quando fui construir minha casa, pois me relacionei digitalmente com boa parte das marcas e fornecedores dos materiais, principalmente os de maior valor, como o piso. Dessa forma, a gente deixa de ir à loja para perguntar e já chega com uma escolha muito bem definida ou encaminhada a partir do mundo digital. Esse é um exemplo de como o setor começa a se transformar para um ambiente mais digital.

Na compra de tintas isso também acontece, correto?

Exato. Estamos falando ainda de um dos insumos do setor e já podemos transpor sobre o que irá acontecer com outras fases da cadeia como comprar, alugar e reformar, por exemplo. Assim, já podemos ter uma ideia das mudanças que irão acontecer inevitavelmente, porém, com diferentes velocidades.

A AI é um caminho sem volta, embora tenha dito que o mercado imobiliário está um pouco mais devagar quando comparado a outros setores econômicos. Qual é o papel dessa tecnologia para esse mercado para os próximos cinco anos? Alguma tendência pode ser citada?

Geralmente acompanho outros casos fora do país para tentar antecipar alguns movimentos e, no mercado imobiliário, percebo que já existe um sinal bastante claro neste sentido. Não dá para cravar, mas dá para entender a direção e a velocidade com que isso está acontecendo. Então, diria que numa janela de 5 a 7 anos será um mercado muito impactado por essa mudança cultural de consumidores mais adeptos à tecnologia.

Pode indicar alguma ruptura que será crucial?

Uma tendência praticamente certa é a personalização das relações de consumo. O mercado imobiliário ainda é o que chamamos de grow cash, ou seja, se quero vender algo, tenho que oferecer a muita gente. Gasta-se um esforço de vendas relativamente grande até encontrar interessados. A era da personalização das relações de consumo, que já acontece em outros setores econômicos de forma mais adiantada, faz com que esse processo seja muito mais assertivo. Sendo assim, vou oferecer, no máximo, a dois ou três e vou conseguir gerar um lead qualificado. Isso é a personalização das relações de consumo e o exemplo que posso dar é que o consumidor não quer receber oferta de pneu se nem carro tem. O consumidor que tem carro quer receber ofertas somente do pneu que cabe no próprio carro, então, esses dois extremos mostram a era que iremos certamente adentrar.

O Sr. acredita na extinção da profissão de corretor de imóveis?

Assim como em qualquer profissão, o que acontece é que estamos entrando em uma era em que o profissional precisa usar outras ferramentas do chamado mundo digital. Antigamente a gente ia comprar um carro e chegava na loja para perguntar ao vendedor tudo sobre esse carro. Hoje o consumidor chega na loja, às vezes, sabendo até mais do que quem o recebe. Assim como nas outras grandes transformações tecnológicas da sociedade, e o último exemplo que posso dar é o da era da computação, é muito difícil ver qualquer profissão sem um computador. Mas o computador vai acabar com um monte de profissão? O que vai acontecer é que teremos mais ferramentas, principalmente digitais, e esse profissional precisa compreender e saber usar esse novo pacote de ferramentas que estará disponível.

Como está sendo a parceria da ImobiGroup com o CEIA?

A intenção é aproveitar todo o know-how do grupo no setor imobiliário para criar soluções que tenham grande impacto para o mercado imobiliário. O CEIA tem um excelente histórico de produtos inovadores em outros setores econômicos e estamos discutindo juntos para que possamos descobrir e evoluir nas oportunidades que sejam impactantes para o imobiliário.

Essa parceria seria voltada para o mercado de Goiás ou para todo o Brasil?

Diria que os produtos digitais até podem começar em um local, mas não têm essa característica de restrição geográfica. Pode até começar em determinada localidade, mas no mundo digital, as características dos produtos são exatamente a escalabilidade e a competitividade. Então, certamente pensamos não apenas em nível regional, mas principalmente nacional e, quem sabe, internacional.

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